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🗣️ Crítica: Quando o Telefone Toca (When the Phone Rings)

Atualizado: 17 de fev.

🎥 Gênero: Suspense, Drama Psicológico, Romance

📺 Disponível em: Netflix

🌟 Nota: 4/5



💼 Enredo


Desde o primeiro episódio, Quando o Telefone Toca prende o espectador com uma trama densa e emocional. O dorama acompanha Baek Sa-eon (Yoo Yeon-seok), porta-voz da presidência da Coreia do Sul ambicioso, e Hong Hee-joo (Chae Soo-bin), uma intérprete de linguagem de sinais que enfrenta traumas do passado. Em um casamento arranjado e desgastado, suas vidas mudam quando recebem uma ligação ameaçadora de um sequestrador.



🔍 Análise pessoal


Desde o primeiro episódio, Quando o Telefone Toca nos prende com uma trama densa e emocionalmente carregada. O dorama, que mistura suspense, drama psicológico e romance, apresenta uma história centrada em Baek Sa-eon e Hong Hee-joo. Ambos vivem em um casamento arranjado e emocionalmente desgastado, mas suas vidas são drasticamente alteradas quando recebem uma ligação ameaçadora de um sequestrador.


A força do dorama está na maneira como explora as camadas dos personagens. Sa-eon, um político de carreira ambiciosa, e Hee-joo, uma intérprete de linguagem de sinais com traumas do passado, têm uma dinâmica repleta de tensão. A química entre os atores é impecável, mas o que realmente rouba a cena é a complexidade emocional que cada um carrega. Hee-joo, com sua luta silenciosa contra o mutismo seletivo, é uma representação tocante de uma personagem vulnerável e resiliente.


A narrativa é pontuada por reviravoltas inteligentes, principalmente relacionadas à identidade do sequestrador e seus motivos obscuros. O dorama se desenrola em um ritmo que mantém o espectador em constante estado de alerta, e cada episódio termina com ganchos irresistíveis. A relação disfuncional do casal é explorada de maneira visceral, trazendo reflexões sobre perdão, comunicação e redenção.


Contudo, apesar de haver todo um contexto que, supostamente, deveria justificar o inicial e péssimo tratamento que Baek Sa-eon conferia a sua esposa Hong Hee-joo, o motivo foi infinitamente fraco, que poderia ter sido resolvido com uma boa comunicação, com iniciativa de uma, ou ambas, as partes.


Levando em consideração que estamos falando de dois personagens adultos, ambos com mais de 25 anos de idade, a visão que a história transpareceu, principalmente de Baek Sa-eon, foi que, no fim, ele não passou de um personagem um tanto imaturo e, de certa forma, covarde. O que justificaria tratar a mulher que você ama tão mal? Ele realmente a amava e estava tentando se proteger de uma possível decepção, tendo em vista que estavam em um casamento arranjado ou ele apenas estava protegendo o próprio ego?


Enfim, é um ponto a se considerar, especialmente quando levamos em conta que Hong Hee-joo nunca o tratou mal ou com indiferença. Pelo contrário, ela se esforçou muito para conquistar sua afeição no início do relacionamento, mesmo sendo repreendida e rejeitada por ele repetidas vezes.



  • 🎨 Pontos altos:


Apesar dos pontos levantados anteriormente, o dorama possui, sim, muitos aspectos fortes e marcantes. Um dos destaques é a cinematografia, que em diversos momentos se utiliza de cores sombrias e enquadramentos claustrofóbicos para intensificar o suspense. A trilha sonora, por sua vez, é usada de forma estratégica para amplificar as emoções, especialmente nos momentos de tensão entre Sa-eon e Hee-joo.


Outro ponto forte é a construção do suspense. O roteiro consegue entrelaçar o passado e o presente de maneira fluida, revelando gradualmente os segredos que cercam os personagens. A introdução da ex-noiva de Sa-eon e o impacto do casamento arranjado na vida do casal adicionam camadas de profundidade à trama.


Acredito que todo o desenvolvimento da aparição da irmã de Hee-joo foi genial em diversos aspectos. O roteiro subverteu nossas expectativas, fugindo do clichê da 'ex-noiva que retorna apenas para atormentar o casal'. Pelo contrário, a ex-noiva de Sa-eon e irmã de Hee-joo foi apresentada como uma personagem humana, complexa e bem construída. Apesar de suas falhas, especialmente as cometidas no passado, ela demonstra verdadeiro arrependimento e, a todo momento, tenta garantir que Hee-joo esteja bem e a salvo. Mostrando preocupação genuína, especialmente em garantir que ela estivesse realmente feliz naquele casamento, oferecendo apoio constante caso Hee-joo decidisse se separar.


Pensando na história dos meninos do orfanato, acredito que tenha ficado bem claro que eles foram assassinados pelo psicopata. Na minha perspectiva, a história do psiquiatra Ji Sang Woo e do Park Do Jae foi muito sensível, ainda mais se levarmos em consideração que se tratava do assassinato de crianças inocentes. A cena em que Ji Sang Woo precisa fazer o reconhecimento do corpo de seus amigos me desestabilizou de uma forma que eu realmente não esperava.


É muito interessante também como, ao longo da história, tentam nos fazer acreditar que Ji Sang Woo seria a mente por trás de tudo o que estava acontecendo. Em situações nas quais apenas o culpado poderia estar presente, ele sempre estava. Era possível duvidar dele, admito, mas, falando como alguém obcecada por histórias de suspense e mistério, posso dizer que, apesar de ser uma jogada bem óbvia, foi genial.


Sobre o padrasto da Hee-joo, as revelações acerca da morte do filho mais novo dele, que faleceu em um 'acidente' de carro provocado, e o motivo pelo qual ele desistiu de investigar, foram chocantes e, confesso, bastante inesperadas. Porém, gostei de como ele foi retratado como um personagem que não era totalmente ruim, nem totalmente bondoso. Ele se mostrou equilibrado e racional, até que a família dele foi novamente ameaçada. No entanto, em relação à mãe da Hee-joo, não acho que a redenção dela tenha sido convincente o suficiente para justificar a transformação e perdão concedidos de maneira tão fácil e radical. Esse ponto foi mal explorado, considerando que ela era uma megera e totalmente dissimulada, que foi perdoada por uma cena de choro um tanto quanto rasa.


Para finalizar os pontos altos da narrativa, devo dizer que achei incrível todo o mistério em torno da verdadeira origem de Sa-eon e a conexão com sua família adotiva. Quem assistiu, provavelmente, vai concordar que os últimos episódios foram recheados de revelações surpreendentemente boas e satisfatórias, especialmente sobre a origem do nosso protagonista. Claro, eu fiz uma teoria ao longo da trama, mas nem nas minhas mais loucas suposições eu imaginaria que Sa-eon seria tio do psicopata e, na verdade, irmão do próprio 'pai'. Confesso que, depois dessa revelação, tudo se encaixou — afinal, por que o 'avô' dele o adotaria tão rapidamente e com tanta facilidade, sendo ele um órfão desconhecido? Minimamente suspeito, não?



🧠 Minha teoria


Como mencionei anteriormente, fiz uma teoria sobre a origem do protagonista, o relacionamento entre os gêmeos e, agora, vou compartilhar alguns pontos dela. Basicamente, o que achei foi o seguinte:

  1. O psicopata era o verdadeiro filho dos "pais" do Sa-eon - o que eu acertei, importante ressaltar -, mas acreditei que ele tivesse "morrido" queimado em vez de afogado pelo próprio avó, pois havia uma marca de queimadura no pescoço dele (no final, não tinha nada a ver);

  2. Também cheguei à conclusão de que ele era a criança mascarada que Ji Sang Woo tanto mencionava (de início, achei que pudesse ser o Sa-eon 🤡), aquele que brincava com ele na infância – acredito que esse detalhe tenha sido colocado para nos fazer acreditar que o psiquiatra fosse o possível cúmplice.

  3. Em relação ao Sa-eon, eu acreditava que ele fosse um dos gêmeos, assim como o Park Do Jae - bati na trave, né? Mas, você deve estar pensando: "Como o Park Do Jae poderia ser irmão gêmeo do Sa-eon, se ele era o cérebro por trás de tudo? Por que ele iria querer matar o próprio irmão?" Bem, eu achava que ele fosse tão maluco e psicopata quanto o nosso psicopata "gatinhaaa".


No entanto, depois que revelaram quem era quem, a parte dos gêmeos que eu havia teorizado não fazia mais sentido. E claro, consegui perdoar facilmente o Do Jae, que, convenhamos, só queria vingar a morte de alguém importante em sua vida, que foi tirado dele sem mais nem menos e de forma tão covarde.



O último episódio: Uma decepção inesperada


A decisão de introduzir um conflito fictício entre dois países como resolução para o conflito interno do Sa-eon, levando em consideração que apenas foram mencionados brevemente no início da história, foi uma escolha que desviou completamente do tom estabelecido ao longo do dorama. Até então, a história que seguia a linha de uma exploração íntima e pessoal dos protagonistas, de repente se tornou uma discussão política desnecessária e desconexa, pois não se seguiu de uma boa e coesa explicação.


Ao final do penúltimo episódio somos brindados com a cena em que Hee-joo vê Sa-eon levando um tiro do psicopata, o que seria o climáx do conflito que precede a prisão do psicopata. No entanto, no episódio 12, é brevemente mencionado que aquilo foi apenas um sonho. Após isso é exibido o psicopata sendo colocado em uma maca de cadáver, com muito sangue escorrendo e uma breve explicação do que teria aconteceido com ele, mas sem uma cena clara contextualizando ou mostrando o verdadeiro ocorrido.


Devo dizer também que, acima de tudo, em minha percepção, foi uma grande covardia da parte do Sa-eon ter simplesmente desaparecido, sem explicação alguma, ainda mais depois de tudo o que tinha acontecido com a Hee-joo. O que ele esperava? Que ela simplesmente aceitasse e esperasse até o fim da vida, ou até o momento em que ele deixaria sua covardia de lado e voltaria para ela? No fim, todo esse dilema teria sido resolvido com ✨ comunicação ✨.


Além disso, a resolução da relação entre o Sa-eon e a Hee-joo foi apressada e superficial. A expectativa de um fechamento emocionalmente satisfatório deu lugar a uma sequência abrupta que deixou mais perguntas do que respostas. O sequestro, que serviu como o ponto central da narrativa, foi encerrado de maneira anticlimática e confusa, tirando o impacto do que poderia ter sido uma conclusão memorável.


Acredito que a questão dos gêmeos tenha ficado bem resolvida, especialmente em relação a Park Do Jae e seu irmão, morto pelo psicopata. Contudo, senti falta de um aprofundamento mais significativo na história do psiquiatra Ji Sang Woo e seu relacionamento com a jornalista Na Yu Ri. Os dois tinham uma química e uma dinâmica muito interessantes, que poderiam ter sido melhor exploradas no último episódio, evitando o desastre que foi. Além disso, o anúncio repentino do casamento deles no final da história foi totalmente apressado. Embora eu tenha torcido muito para que os dois ficassem juntos, esse desfecho não foi desenvolvido o suficiente para justificar um anúncio tão inesperado.


Apesar do último episódio um tanto quanto decepcionante, Quando o Telefone Toca é um dorama que merece ser assistido, principalmente por sua premissa e desenvolvimento intrigante, atuações poderosas e habilidade de prender o público. No entanto, o episódio final, como já mencionado, não conseguiu manter o nível de qualidade dos episódios anteriores, pecando por escolhas narrativas equivocadas.


Ainda assim, a jornada emocional e as reflexões que o dorama proporciona fazem valer a pena. Para quem busca suspense e drama psicológico, com MUITO romance, Quando o Telefone Toca é uma experiência única — mas esteja preparado para um final que pode decepcionar.

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